Sporting x Benfica - A antevisão ao dérbi

É na jornada 16 que se colocam frente-a-frente os dois eternos rivais da segunda circular, um jogo sempre distante de todos os outros pela devoção empregue e pela história que representa. Se no início da época fosse dito a algum lado adepto leonino que o seu clube entraria nesta jornada, liderando o campeonato e com mais 6 pontos do que o seu rival, este ficaria muito reticente quanto à veracidade da afirmação. Pois bem, mas este ano, atípico em todos os sentidos, tem apresentado novidades também na classificação da nossa liga.

O Sporting é líder, joga um futebol positivo, não claudica em campos teoricamente complicados e cada vez mais se assume como candidato ao título. Num exercício de memória, recorda-se que o último ano que o Sporting era líder à jornada 16 foi na época 2015/2016 (sob o comando de Jorge Jesus), onde terminaram com 86 pontos, contra os 88 do campeão desse ano, Benfica. Antes disso, apenas na época 2004/2005, num campeonato nivelado por baixo e na época em que se sagraram, pela última vez, campeões nacionais, 2001/2002. Foi eliminado precocemente das competições europeias, eliminado da Taça de Portugal e já terminada a Taça da Liga com a sua conquista, a turma de Rúben Amorim tem apenas o foco direcionado para o campeonato. Com mais tempo de preparação para cada jornada e face ao plantel curto que apresenta, pode partir daqui uma vantagem para os verde e brancos para a segunda metade da temporada. São o 2° melhor ataque e a melhor defesa com um impressionante registo de 9 golos encaixados em 15 partidas. Contam com o regresso de um dos jogadores com mais impacto, Pote, mas, por outro lado, não vão contar com um importante jogador nos equilíbrios defensivos, João Palhinha. Fora o médio defensivo, o jovem treinador tem à disposição todos os jogadores do plantel para este confronto.

Já o Benfica, eliminado pelos gregos do PAOK na pré-eliminatória da Liga dos Campeões, derrotado pelo FC Porto na Supertaça e com um registo pouco convincente no campeonato, parte para este jogo pressionado face às fracas exibições que tem realizado e também pela possibilidade de, em caso de derrota, ver o fosso alargado para 9 pontos em relação ao primeiro classificado. O adjunto de Jorge Jesus terá algumas dores de cabeça nas escolhas a fazer, dados os casos de covid que assolam a equipa. O facto de terem sido assolados por inúmeros casos virais nos vários departamentos poderá gerar uma maior união no plantel e servir este jogo de ponto de viragem na época.

Onzes prováveis:

Sporting: Adan, Nuno Mendes, Feddal, Coates, Neto, Porro, Matheus Nunes, João Mário, Nuno Santos, Pedro Gonçalves e Tiago Tomás.

Benfica: Svilar, Grimaldo, Vertonghen, Otamendi, Gilberto, Weigl, Pizzi, Rafa, Chiquinho, Waldschmidt e Darwin.

Previsão da Pressão Alta: Antevê-se um jogo de entrega de ambas as partes com o Benfica a querer assumir o controlo do jogo através da posse de bola e o Sporting a sair com bolas colocadas no espaço entre a linha defensiva e o guarda redes para aproveitar a velocidade de Tiago Tomás. Julgo que a possibilidade de Chiquinho entrar no onze pode-se revelar crucial para equilibrar a luta no meio campo, impedindo o aproveitamento das segundas bolas para os verde e brancos. Há maior pressão na equipa da Luz, pelo investimento e pela distância que apresenta e pode aumentar face ao rival que enfrenta e vamos ver até que ponto isso pode influenciar o desenrolar da partida.

Análise de David Pedreirinho