top of page

Futebol em Estado Puro #2: Krasimir Balakov – A “Bala” Balcã

  • Foto do escritor: Bruno Galvão
    Bruno Galvão
  • 29 de jan. de 2021
  • 4 min de leitura

Krasimir Genchev Balakov ou simplesmente “Bala”, como era conhecido no futebol, foi um dos maiores talentos puros dos Balcãs que perfumou o futebol nos anos 80 e 90 com o seu predestinado pé esquerdo que deixava os adeptos em euforia.


Inicio na terra Natal

Nascido na cidade de Tarnovo, Balakov desde os tempos de criança que jogava na escola e nas ruas tendo também jogado nos clubes da terra incluindo o Etar Tarnovo.

No Etar Tarnovo, Balakov chegaria a sénior aos 18 anos e depressa começou a destacar-se e a tornar-se num ídolo do clube, conseguindo guiar o clube até à glória na época 1989/1990, onde o clube conquistaria o campeonato da Bulgária e teve o esquerdino como figura de destaque.

Esta sua primeira aventura no futebol profissional iria terminar em janeiro de 1991, já com 25 anos de idade, quando após 148 jogos e 35 golos ao serviço do seu clube Natal, decide mudar de ares e começa com a sua primeira aventura fora de portas.


Uma nova estrela em Avalade

No mercado de inverno da época 1990/1991, o Sporting demonstrou interesse no esquerdino e o negócio acabou por se concretizar. Rapidamente o craque búlgaro começava a impressionar o técnico Marinho Peres tendo ainda ajudado na caminhada do Sporting até ás meias finais da Taça Uefa, onde a equipa foi eliminada pelo Inter de Milão.

Durante as suas 5 temporadas ao serviço dos Leões, Balakov apenas conquistaria a Taça de Portugal já na sua ultima temporada de leão ao peito, onde jogava ao lado de nomes como o seu compatriota Iordanov, Luís Figo e Amuneke, comandados pelo técnico Carlos Queirós.

A estadia de Balakov em Alvalade não ficou marcada pelos títulos, mas sim pelo brilho e pelos grandes momentos que protagonizou e que fez levantar as bancadas, destacando um excelente golo ao Vitória de Setúbal no Bonfim onde fintou toda a linha defensiva adversária para fazer golo e o célebre chapéu a Pred’homme contra o Benfica.

Após 168 jogos e 60 golos marcados, com 29 anos de idade, Krasimir despedia-se de Lisboa e partiria para mais um capítulo na sua carreira.


Triangulo Mágico do Estugarda

Balakov teve impacto imediato com a sua chegada a Estugarda. Com a camisola 10 nas costas, o búlgaro continuou a espalhar magia nos relvados alemães e rubricando exibições de encher o olho, com 7 golos em 34 jogos realizados na sua primeira época.

Na temporada 1996/97, Bala iria fazer um temível trio que ficou conhecido como “Triangulo Mágico” Com Bala, Bobic e Elber, este trio ao todo faturou 52 golos na equipa que era orientada pelo germânico Joachim Low. Nesse ano o Estugarda ficou em quarto da Bundesliga mas foi coroado com o melhor ataque da competição, tendo como ponto alto, a conquista da Taça da Alemanha, vencendo o Energie Cottbus na final por 2-0.

Na seguinte temporada, a turma de Estugarda viria a rubricar mais uma temporada de encher o olho, com uma participação muito positiva na Taça das Taças onde foi finalista vencido contra o Chelsea na final.

Nas suas primeiras 3 temporadas na Bundesliga, Balakov integrou a equipa do ano da competição. A idade ia passando, mas as suas qualidades continuavam intactas e já era um ídolo no clube. Fez 8 temporadas no clube alemão, e sempre com prestações de bom nível e classe habitual. Terminou a carreira ao serviço do Estugarda na época 2002/2003 (já com 37 anos de idade), temporada em que a sua equipa terminou a Bundesliga no segundo posto, numa temporada em que participou em 37 jogos e fez 4 golos.

O impacto de Balakov no Estugarda foi tão elevado que viria a ser coroado como o maior jogador da história do clube alemão, numa votação feita pelos adeptos.


Ao serviço da seleção

Estreou-se pela seleção num empate 0-0 frente à Dinamarca em Novembro de 1988, num encontro que contou para a classificação para o Mundial 1990.

No Verão de 1994, chegaria a primeira grande competição ao nível de seleções, o Campeonato do Mundo nos Estados Unidos. Ao lado do craque do Barcelona Stoichkov, Bala ajudou na brilhante caminhada da seleção búlgara até às semifinais do Mundial onde seriam eliminados pela poderosa Italia de Roberto Baggio, num jogo que terminaria 2-1 para a Squadra Azzura e acabariam em quarto lugar do torneio perdendo para a Suécia no playoff do terceiro lugar. No percurso até às meias, eliminaram o México e a detentora do troféu Alemanha, destacando também a vitória sobre a seleção da Argentina na fase de grupos.

Voltariam a participar numa grande competição 2 anos depois, no Euro 1996 em Inglaterra, onde sairiam eliminados logo na fase de grupos da competição, num grupo composto por França, Espanha e Roménia.

Em 1998, classificaram-se para o Campeonato do Mundo em França e voltaram a ser eliminados na fase de grupos, num grupo composto por Espanha, Nigéria e Paraguai tendo sofrido goleada da seleção Espanhola por uns expressivos 6-1.

Até ao final da sua carreira, Balakov não participaria em mais nenhuma competição internacional tendo encerrado a sua carreira em 2003 com um total de 92 internacionalizações e 16 golos apontados.


Possivelmente, estamos perante um dos mais refinados futebolistas do leste europeu. Um poço de talento e longevidade que abrilhantou os relvados nos anos 90 e início deste século com o seu irreverente pé esquerdo. O “Leão dos Balcãs”

Comments


bottom of page